O projeto de referência da Ponte Salvador-Itaparica, licitado pelo Governo do Estado em 2019. não contemplou a implantação de uma ciclovia na Ponte, pois o estudo contratado pelo Governo da Bahia não recomendou o trânsito de bicicletas neste equipamento. Foram identificados vários fatores que podem colocar em risco a segurança dos ciclistas, entre eles:
1) as rampas ascendentes da Ponte com cerca de 2.5 km a 3.6 km, bem como as rampas de acesso, que embora de extensão menor, terão inclinação entre 5% e 7.5% na chegada e saída de Salvador;
2) os fortes ventos recorrentes devido à altura da Ponte que chega a 85 metros sobre a lâmina d’água no vão central
3) as chuvas frequentes em determinados períodos do ano;
4) o clima quente e extremamente ensolarado que também dificulta a atividade física a céu aberto.
Na simulação feita pelo estudo, um ciclista demoraria, em média, 54 minutos para fazer a travessia da Ponte, considerando uma velocidade média de 15 km/h. Nem todos os usuários de bicicleta possuem resistência física para pedalar sem descanso por quase uma hora, tendo que subir rampas com alto nível de inclinação e submetidos a rajadas de vento com velocidade 21% maior que no nível do mar.
Ainda segundo o estudo, a presença de ciclovias em pontes extensas ao redor do mundo não é comum e depende das características da travessia e da demanda para essa infraestrutura. A nível mundial, é possível perceber que em grandes pontes, como a Salvador-Itaparica com 12.4 km, também não foram instaladas ciclovias. É o caso da Ponte Incheon, na Coreia do Sul, com 21.3 km; Ponte Vasco da Gama, em Portugal, com 12.3 km; Ponte Richmond–San Rafael, com 8.8 km; e, no Brasil, a Rio- Niterói, com 8.8 km sobre lâmina d’água, também não possui ciclovia.
Foram ainda analisados dados de uma pesquisa de transporte feita em Londres que classificou os tipos de viagens de bicicleta conforme a distância. De acordo com o relatório, nas viagens diárias de até 5 km os trechos são considerados facilmente pedaláveis; os trechos de até 8 km percorridos diariamente são classificados como pedaláveis; e aqueles acima de 8 km são trechos não pedaláveis para deslocamentos diários.
Entretanto, a Concessionária considera a possibilidade de avaliar a implantação de ciclofaixa, em caráter excepcional, aos finais de semana, para utilização esportiva.